Música e Bolos de Chocolate
Dadas algumas conversas que tenho tido com pessoas mais próximas acerca do conteúdo do fonógrafo julgo que devo deixar aqui um esclarecimento.
Nada tenho contra quanto à possibilidade de a música ser desfrutada enquanto mero entretenimento, que se goze o puro prazer de ouvir um “bom som”. Penso no entanto que ao encarar a música desta forma não se pode aspirar a que se obtenha dela nada de especial, ouvir música passa a ser apenas mais uma das infinitas possibilidades que temos à disposição para passar o tempo. Entre música e qualquer outro tipo de entretenimento não haverá qualquer diferença objectiva: entre ouvir uma paixão de Bach ou assistir ao SIC 10 horas não existirão diferenças a não ser aquela que é desperta pelo gosto pessoal de cada um. Entre a música romântica do Toy e os improvisos de Schubert não reside qualquer fosso de genialidade pois, dita a verdade, isso até nem importa, o gosto pessoal tudo determina. Se os horrorosos berros do Toy me comoverem mais do que o piano de Schubert então aqueles serão melhores para mim, toda a discussão acaba neste ponto. Pode-se gostar de música, sim, mas tal como se gosta de um bolo de chocolate. E não é assim que ela é consumida?
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