Sunday, December 10, 2006

De que nos fala Gustav Mahler?

Não sei. Não consigo descortinar Mahler. Beethoven ou Mozart consigo encaixar, perceber a linha que constroem. Mahler não.
De que nos fala Gustav Mahler? A sua música, a sua orquestração, não tem espaço para amor, para intimismo, é demasiado grande. Não vislumbro porém um encontro com Deus, a sua exaltação ou procura... Não faço ideia e ainda assim sinto-me absolutamente fascinado pela sua música. Há dias, numa apressada conversa de fim de tarde, o Prof. José António Pinheiro definiu-o como um Homem cheio de infinito. Sinto-o um pouco assim, como alguém que contém o Mundo, que se coloca acima do bem e do mal, compreendendo-os como partes de um mesmo todo, construindo a partir daí. Esta ideia porém esbate-se ao ouvir a sua 2ª sinfonia ,“A Ressureição”. Quando no seu final Mahler clama por sentido, ou melhor, quando afirma-o sem exitações! Quando no final espera-nos a vitória do bem sobre o mal.
De que nos fala Mahler? Não sei, mas não consigo parar de ouvir.

3 Comments:

Blogger daniel said...

Quando te leio em posts destes fico com a convicção que a tal "verdade" que dizes procurar na música está muito relacionada com uma busca espiritual e com o divino.

Talvez seja aqui o ponto da nossa... divergência, chamemos-lhe assim. E talvez seja a razão pela qual o jazz te diga menos: porque enquanto a História da música dita clássica, pelos séculos que atravessou e pela tradição, está repleta de obras que vão nesse sentido espiritual enquanto o jazz, fruto de outra época e outras preocupações, mesmo com algumas incursões, está longe de atingir.

Para mim, enquanto ateu, compreendes que não faz sentido esse tipo de abordagem. Mas garanto-te que há outras "verdades". A diferença é essa, entre aquilo que procuramos.

Porém, no limite e para os dois, a música continua a ser o veículo de excelência para um certo tipo de comunicação sensorial cuja abragência está miles ahead (o trocadilho jazzístico, não resisti)da linguagem por si só.

E agora chega de conversa e toca a fazer o trabalho de macroeconometria. Abraço.

12:15 AM  
Blogger Renato said...

Sr Daniel,

desculpa o atraso numa resposta.

Pois, ando um pouco à procura disso. O Jazz diz-me pouco de facto.

Sem dúvida nenhuma que na música encontramos a voz de Deus, mas mesmo um ateu pode dar com ela. A transcendência da música clássica não é só para homens de fé, muitos compositores aliás não o são. Julgo que este elemento, o da transcendência, não se encontra no Jazz. Sendo redutor, parece-me que esta música é de facto mais sensual, construída sobre e para os sentidos. Na música clássica existe uma espécie de procura do intangível, uma busca do espírito, do que é eterno, essa é, a mer ver, a diferença principal...

Uma pergunta: a que verdade aspira um ateu?

Grande Abraço.
Renato

5:01 AM  
Anonymous Anonymous said...

2015-10-9 xiaozhengm
michael kors outlet
michael kors outlet online
Air Jordan 3 "Infrared 23"
cheap ugg boots
michael kors handbags
ugg boots
coach outlet store online
ugg boots
michael kors outlet
Coach Outlet Store Online Official Website
toms
true religion jeans
louis vuitton outlet stores
Louis Vuitton Outlet High Quality
Abercrombie and Co Stoves and Awnings
michale kors outlet
Authentic Louis Vuitton Handbags Outlet
canada goose outlet
louis vuitton handbags
ugg boots sale
Michael Kors Handbags Factory Outlet
Coach Outlet USA Stores
coach factory outlet
Louis Vuitton Outlet Factory Online
ugg boots on sale
hollister uk sale
coach factory outlet
Michael Kors Online Store Outlet
Authentic Montblanc Pens Sale Online
ugg boots
michael kors outlet stores
Air Jordan Shoes For Women And Men
celine bag
cheap jerseys

12:47 AM  

Post a Comment

<< Home