Arte e Decadência
Os materialistas, que entre nós vão de muito boa saúde, não deixam de se manisfestar nas artes.
Ao negar o espírito restam-lhes duas saídas: afastar o processo criativo daquilo que é a busca pelo Homem, intelectualizando-o, ou, segunda alternativa, reconhecer e “cantar” o desespero da condição de quem por cá vai andando.
O resultado da primeira consiste na criação de um gueto de seres iluminados, que tomam como seu objecto a própria teoria da arte que executam. Perde-se o contacto com Homem, ignora-se a sua sensibilidade. Fala-se numa linguagem estranha e estranhamente, desta fumaça intelectual, provém o encantamento que conduz um punhado de seguidores.
Por outro lado, ao afirmar a morte de Deus, do absoluto, perde-se o fundamento do sofrimento. Acabado o corpo, nada resta, para nada existe justificação. Resta a dor sem redenção, o sacrifício sem esperança. Desta visão resulta, inevitavelmente, um Homem decadente, animal, condenado ao vazio.
Ora, o problema com esta última visão é a sua gritante negação nas obras de Mahler, Bruckner ou mesmo Mozart.
(pintura - Mulher Cão, Paula Rego)
1 Comments:
tinha de ser...
ai ai!! o que te vale é seres boa pessoa!!!
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