Às 21h a fila à entrada da Igreja de São Roque era já muito longa. À mesma hora jogava-se futebol, o jogo era grande, pessoas e carros passavam na habitual azáfama da vida urbana.
No início do concerto é pedido silêncio para que se proceda à afinação e assim foi. Do início ao fim, com e sem música, silêncio sepulcral. Gustav Leonhardt tocava para uma multidão cada vez mais rendida, mais submersa em si própria, ontem o tempo parou. Leonhardt criou um buraco no tempo e no espaço, ontem São Roque não foi Lisboa ontem não estivémos no século XXI.