Wednesday, June 20, 2007

E pensar que ter-lhe-ia bastado alguns segundos na companhia de Mozart...

"Não sei se este mundo tem um sentido que me ultrapassa. Mas sei que não conheço esse sentido e que, de momento, me é impossível conhecê-lo. Que significa para mim uma significação fora da minha condição? Só posso compreender em termos humanos."
A. Camus

No fonógrafo digital, mais uma vez, o sentido do mundo. Em duas partes.


O sentido do mundo
Piano Concerto No. 27 In B Flat, KV 595: 2. Larghetto
Sonata In A Minor, KV 310: Andante cantabile con espressione

Concerto: Brendel,Neville Marriner
Sonata: Uchida

Monday, June 18, 2007

Confesso

Estou obcecado pelo La Mer de Debussy, e isto de estar a ler Moby Dick também dá o seu empurrãozinho.
Interpretação recomendada: Abbado à frente da Orquestra de Lucerna.

Se ainda não tem a 6ª de Mahler


é, muito provavelmente, uma pessoa mais feliz. Mas se estiver num daqueles dias chuvosos, quando lhe apetece incarnar o anúncio da desolação, ou se simplesmente estiver a precisar de desentumecer o seu ego, não se preocupe, nem tudo está perdido para si: corra à loja mais próxima e traga a gravação de Georg Solti.


Amostras no Fonógrafo Digital.

I Allegro energico, ma non troppo
II Scherzo

Chicago Symphony Orchestra
dir. Solti

Thursday, June 14, 2007

Proposta do Dia



Obrigado João!

Monday, June 11, 2007

Missa e Beethoven

Habitualmente, quando Beethoven e missa aparecem na mesma frase, costuma fazer-lhes companhia a palavra solene. Beethoven compôs porém uma outra missa, bastante menos "popular", em dó maior. É verdade, está longe da sua congénere, mas oiçam só este Kyrie. Não acham que deveria ser ouvido mais vezes?

Amostra no Fonógrafo

Kyrie

Monteverdi Choir
Orchestre Revolutionnaire et Romantique
dir. Gardiner

Saturday, June 09, 2007

Do que é simples,

provoca um sorriso infantil, uma lágrima que foge do canto do olho, e tem um cheirinho a caldo verde.

Vale a pena a visita ao site, vale uma cauda de pavão uma ida a um concerto.

Friday, June 08, 2007

Bach e as artes circenses

O virtuosismo pode servir dois propósitos distintos: valorizar a performance do intérprete ou, num objectivo mais nobre, ser utilizado em favor da beleza da própria obra. É por isso que algumas obras de difícil interpretação, embora provoquem a exaltação do público, não passam de uma espécie de espetáculo de circo, que reduzem a arte a mera dificuldade, como um faquir que impressiona ao engolir uma espada inteira.

Durante muito tempo este foi o lugar atribuído pelos apaixonados da música às partitas e sonatas para violino solo de Bach. Grande erro. Sem dúvida que o virtuosismo está lá, mas, em Bach, a música jamais transforma-se em arte circense.

Wednesday, June 06, 2007

Debussy - La Mer

Muitos são os apaixonados desta obra mas, dentro destes, muitos são os que a apreciam porque conseguem “visualizar” o mar quando a ouvem. Não é porém aí que reside a beleza do trabalho de Debussy. O mar pelo mar, mais vale vê-lo na praia, num cabo, numa falésia ou a bordo de um barco. O génio desta obra revela-se apenas quando no mar encontramos aquilo que reside em cada um de nós. O mar enquanto retrato de características humanas e não como uma enorme porção de água, distante, indiferente.

No mar revolto, a turbulência emocional, na sua calma, a paz a que aspiramos, na sua infinitude, na sua imponência, a transcêndencia a que somos impelidos. É esta a beleza da música de Debussy.
Amostra no fonógrafo digital.

La Mer
La Mer: I. De L'aube A Midi Sur La Mer
The Cleveland Orchestra
dir. Boulez