Saturday, July 28, 2007

Prison Break (1)

Oiço o quinteto com clarinete de Brahms. Há já algum tempo que faço um esforço para conhecer a sua obra. Trata-se sem dúvida de boa música mas, à execpção do requiem alemão, nunca aguento até ao fim. Brahms aborrece-me.
Amostras no Fonógrafo.
    Clarinete,David Shifrin
    Emerson String Quartet

Tuesday, July 24, 2007

Durante o próximo mês, este blog andará longe dos palcos



para encarceramento em trabalhos de tese.




Promessas de regresso para Setembro.

Thursday, July 12, 2007

Chopin Scherzo No 2: Richter Vs Michelangeli. Quem prefere?



Monday, July 09, 2007

Há já alguns meses comprei este CD. Carlos Kleiber e Richter juntos, uma dupla de peso e um concerto para piano que desconhecia. Aliciantes mais do que suficientes para justificar os 10 euros necessários para a compra.
O concerto porém revelou-se uma pequena desilusão, e por mais brilhante que seja a interpretação, se a obra não agrada, o resultado final não pode ser outro, aborrecimento.
Esgotadas as duas razões que levaram à compra do CD ,surgiu no entanto uma terceira, esta sim capaz de tornar a gravação numa referência indispensável. Richter toca a "Wanderer Fantasy" de Schubert, e fá-lo como ninguém. Eu que em Schubertianos até sou um pouco ortodoxo e fico-me quase sempre por Brendel ou Arrau, aqui, prefiro Richter.
Amostras no Fonógrafo Digital
Piano, Richter

Thursday, July 05, 2007

Proposta do Dia - Cliché



Anner Bylsma é um grande violoncelista, daqueles a quem o nome "senhor" assenta realmente bem. As suas gravações quase desapareceram do mercado português e, enquanto a Sony inisitir em desprezar a nossa península, assim continuará. Valha-nos a Amazon.

Wednesday, July 04, 2007

Mozart



Caído num mundo que não é o seu, restam entre outras intermédias, duas altenativas ao Homem. Abraçar a sua condição mais primitiva, maximizar as suas experiências mais mundanas, embarcar no mundo dos sentidos ou, segunda opção, procurar perscrutar a voz do espírito, do belo. Nos seus casos mais extremos, a primeira conduz à degradação, à decadência, a segunda, através da mortificação, a um estado último de graça, de aceitação do sofrimento.

Mozart é nesta perspectiva o caso mais intrigante da história da música. Contam as suas biografias que não se privou de uma vida repleta de vinho, festas e mulheres. Ao mesmo tempo porém, compunha a música mais próxima daquela que será a voz dos deuses, de uma beleza imaculada, que nos atiram para o tal sentido do mundo. Não existe nada que se assemelhe à sua obra (talvez em outras artes exista, desconheço essas; mas na música é seguramente caso único). Mozart é o belo feito música, o espírito feito som.

A própria vida de Mozart torna-se assim objecto de verdadeiro fascínio, que se nos apresenta desconcertante, destruídora de todas as certezas.
Fica como proposta o seu Laudate Dominum.

Monday, July 02, 2007

Música e Literatura - Post IV (ou ainda sobre o sentido do mundo)

"So­bre a palavrosa salgalhada do artigo de jornal elevou-se em mim retrospectivamente uma gargalhada libertadora, e subita­mente, numa fracção de segundo, acorreu-me de novo à ideia a melodia esquecida daquela pianola, e ei-la que sobe dentro de mim como uma bolinha de sabão espelhada, reflectindo cinti­lante o mundo inteiro, pequena e colorida, para de novo suave­mente se desvanecer. Se era possível que esta pequena melodia celestial se alojasse secretamente na minha alma e um dia de no­vo desabrochasse em mim a sua flor maravilhosa de cores de encantar, poderia eu estar de todo perdido? Mesmo sendo um ani­mal desgarrado, incapaz de compreender o mundo em seu re­dor, mesmo assim, a minha vida absurda tinha um sentido, algo em mim respondia, era como que um receptor de apelos de mundos longínquos e elevados;"
retirado de O Lobo das Estepes, Hermann Hesse