Morte em Veneza

Que o filme é belo, não ponho em causa. Que de cada vez que apanho o vaporetto para ir trabalhar, iniciam-se as harpas do Adagietto, não nego. Mas, escolher a música de Mahler para ilustar a demanda de Aschenbach pelo conceito platónico de beleza… hmmm… isso já é um pouco mais discutível, bastante mais discutível.

Eu sugeriria outro compositor.

Qual Frankenstein, estará o Fonógrafo de regresso à vida?

Quando se está longe de quem se gosta, dos amigos, da família, muitos são os momentos de silêncio. Como diria Bart Simpson, ficamos sozinhos com o nosso cérebro. Espero que ele diga coisas interessantes que possa partilhar convosco, espero que o Fonógrafo regresse aos posts.

Música erudita é subjectividade! Post I - Uma triste designação

Enquanto a leitura da exposição de um qualquer argumento ou ensaio remete o leitor para uma relação ideal, formal, com os conceitos, a música introdu-lo na existência do ouvinte, insere-o na sua relação com o conceito em causa. É por isso que se chora quando se ouve o final do último andamento da 9ª sinfonia de Mahler mas permanece-se indiferente perante um documentário especulativo sobre a causa da sua morte.

Música erudita é por isso uma triste designação, pois remete para a racionalização do que se ouve. Oiçamo-la antes com o coração. Tratemo-la antes por música subjectiva.

Ouvindo

A música de Mahler é um constante embate emocional. Bernstein condu-la com o coração no lugar da batuta.

Destaco a interpretação de "A Canção da Terra", com Dieskau. A melhor que conheço.

Sono Arrivato