Um pouco como quem olha mas não vê.
Para combater a crescente (inevitável?) insensibilização aos clichés, costumo, de quando em vez, ouvir a mesma obra por intérpretes diferentes, quase em simultâneo, comparando passo a passo as diferentes acentuações, tempos, dinâmicas…
Ontem foi a vez da 5ª de Beethoven, Carlos Kleiber vs Leonard Bernstein. As diferenças são tantas que enumerá-las seria não só trabalhoso mas, sobretudo, entediante. Gostaria assim de partilhar apenas um pequeno apontamento de Kleiber, uma subtileza que fez recuperar o entusiasmo com que costumava ouvir esta sinfonia há uns bons anos atrás. Ei-la: a trompa no segundo 32, que em todas as outras as interpretações que conheço está lá escondidinha, mas que na leitura de Kleiber é trazida à superfície. Resultado? O crescendo ganha em intensidade e, com ele, o meu entusiasmo!
O link para os cd's (para quem ficou curioso): Kleiber / Bernstein